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No Embalo do Pinduca – Pinduca

No Embalo do Pinduca – Pinduca

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Deezer
  • Lançado: 08 jul, 2016

Rumo aos 80 anos, Pinduca se apresenta às novas gerações com toda a pompa que o rei do carimbó merece.  O disco No Embalo do Pinduca (Na Music/Natura Musical), 36º álbum de carreira, revive os clássicos da história do percussionista de formação que modernizou o carimbó paraense nos anos 1970. Produzido por Manoel Cordeiro, produtor e multi-instrumentista, e Marcel Arêde, diretor artístico, o disco revisa a carreira de Pinduca em 13 faixas repletas de carimbós, lambadas, siriás, cumbias e comacheras. O disco chega às plataformas digitais dia 8 de julho, com exclusividade pela Deezer.

O projeto que inclui a gravação do disco e shows de lançamento em Belém e São Paulo foi selecionado pelo edital Natura Musical 2015, com apoio da Lei Semear. “O Natura Musical foi criado para valorizar a música brasileira em diferentes estágios, fomentando a renovação da produção e prezando pela preservação de nosso legado musical. O edital Pará já lançou novos trabalhos da efervescente cena paraense, como Felipe Cordeiro, Lia Sophia, Natália Matos, e também registrou nomes emblemáticos da cultura local, como Arraial da Pavulagem, Dona Onete, Mestre Solano, Sebastião Tapajós e agora Pinduca”, diz Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura.

O jornalista e crítico musical José Flávio Júnior faz um resumo da rica carreira de Pinduca e faixa-a-faixa do disco:

“Apresentar Pinduca numa nova roupagem, mas sem que sua essência se perdesse. Com esse norte, o experientíssimo produtor e multi-instrumentista Manoel Cordeiro e o diretor artístico Marcel Arêde mergulharam de cabeça no projeto No Embalo do Pinduca (2016), álbum de 13 faixas que introduz e Rei do Carimbó às novas gerações com toda a pompa e circunstância que a ocasião merece. O caprichado registro foi aprovado no edital Natura Musical 2015, realizado com apoio da Lei Semear – incentivo fiscal do Estado do Pará –, Fundação Cultural do Pará e Governo do Pará e chega às prateleiras pela gravadora Na Music.

Aos 79 anos de idade, Aurino “Pinduca” Quirino Gonçalves ruma para os 80 com a vitalidade que se espera de quem modernizou o carimbó paraense nos anos 1970. É graças a esse percussionista de formação, inventor de ritmos por vocação e lançador de tendências por diversão que o ritmo de pau e corda amazônico ganhou instrumentação de guitarra, baixo, teclado, bateria e sopros e invadiu o país quatro décadas atrás, tanto na voz dele quanto na de intérpretes como Eliana Pittman.

E o que No Embalo do Pinduca faz é recuperar grandes momentos do ilustre filho de Igarapé-Miri e tratá-los como os clássicos que são. “Mas mantendo a fuleiragem”, brincam os cabeças da empreitada, em referência ao clima descontraído dos carimbós, lambadas, siriás, cumbias e comacheras presentes no disco. Só que na hora de gravar os vocais não teve nada de fuleiragem. Pinduca não se lembra de ter sido tão exigido em estúdio. Ao apresentar para sua equipe em Belém o resultado das sessões em São Paulo, ouviu de uma de suas dançarinas: “Você nunca cantou tão bem!”

Também há um nítido esmero em tentar representar as várias facetas e os inúmeros álbuns de Pinduca (ele já conta 36 com o novo!). Do mítico Carimbó e Sirimbó no Embalo do Pinduca – Vol. 2, de 1974, foram recuperadas e coladas num medley “Sinhá Pureza” e “Vamos Farrear”. Do LP seguinte, cuja primeira prensagem em bom estado não sai por menos do que R$ 200 num sebo especializado, ganharam releituras endiabradas “A Bailar Comachera”, “Bala de Rifle”, “Siriá do Pará” e “Pai Xangô” (quase irreconhecível, com participação de Felipe Cordeiro numa das guitarras). “Dança do Carimbó” é a faixa que representa o Vol. 4 (1975), que funcionou muito bem num medley com “Garota do Tacacá”, lançada originalmente em No Embalo do Carimbó e Sirimbó Vol. 6 (1977).

Vale mencionar que, em 1976, Pinduca já gravava lambadas (inclusive usando esse termo nos nomes das faixas). Portanto, é justo ninguém duvidar quando ele afirma ter sido o inventor desse gênero mundialmente conhecido. Sua intimidade com o ritmo quente está implícita em “Sem Você Nada É Bonito”, a mais recente do repertório, originalmente editada em 1986, no LP Vol. 15.

No Embalo do Pinduca também evidencia o quanto o astro paraense sempre foi bom de farejar oportunidades e disseminar modas. Numa turnê pela Bolívia, ele se encantou por “Caballo Viejo”, canção do venezuelano Simón Díaz. Fez o pessoal de sua gravadora correr atrás dos direitos autorais enquanto preparava uma versão em português, lançada em 1984, como faixa de encerramento do Vol. 13. Agora, “Cavalo Velho” ganha versão tropicaliente, com direito a uma introdução toda moderninha, com clima de festa descolada.

Outra faixa que sofreu uma sutil alteração foi “O Rico e o Pobre”, que estreou em disco em 1980, no Vol. 9. A divertida composição de Pinduca ganhou um toque feminista ao ter uma palavra da letra original mudada na hora de sua regravação, algo que partiu do próprio autor, talvez sentindo os novos ares que respiramos. Em vez de cantar que “a mulher engana os dez” tipos de homens citados na letra, ele canta que a mulher MANDA nos dez!

Há outros achados que merecem destaque em No Embalo do Pinduca, como o b-side “Não Posso Mais”, resgatado do Vol. 8 (1978), ou a infalível “Carimbó do Macaco”, ou a faixa-bônus “Marcha do Vestibular”, que nenhum universitário paraense escapou de ouvir… O disco é uma festa completa, uma celebração de um quase octogenário, que ajudou a formatar a ideia alegre e altaneira que o Brasil faz do Pará. É o que se espera de um Rei, afinal de contas. Que venham os novos súditos! (E quem escreve este release é um declarado e orgulhoso vassalo.)

Natura Musical
O Natura Musical, programa reconhecido por seu papel na renovação e preservação da música brasileira, completou dez anos de atuação em 2015, contabilizando o apoio à realização de mais de 1250 produtos culturais (cerca de 1100 shows, 106 CDs, 21 DVDs, 18 livros e 5 filmes), com 1,3 milhão de pessoas diretamente impactadas e cerca de 118 milhões investidos (60% de recursos próprios e 40% de verbas incentivadas). Hoje proporciona o lançamento de uma média de 20 discos por ano, além de patrocinar cerca de 150 shows pelo Brasil, gratuitos ou a preços mais populares do que o mercado oferece tradicionalmente. O programa patrocina projetos prioritariamente por meio de editais públicos, que selecionam projetos de diversos formatos e estágios da produção cultural em nível nacional, com uso das Leis Rouanet e Audiovisual, e em nível regional, com uso de ICMS, conforme a disponibilidade de recursos. A partir de 2016, o programa vai ampliar sua presença na programação cultural, com o patrocínio a uma nova casa de espetáculos em São Paulo e ao Auditório Natura Musical, no MIS, no Rio de Janeiro, com o objetivo de criar palcos permanentes para novos talentos e artistas consagrados. No ambiente digital, os canais Natura Musical são plataforma para o lançamento de singles, obras completas e outros conteúdos musicais exclusivos dos projetos patrocinados, com acesso gratuito.


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