New Amazonias Music - NA Music

La Pupuña

La Pupuña

Numa época em que a cidade de Belém fervilha com o surgimento de dezenas de bandas autorais, em que as atenções finalmente estão se voltando para o norte e em que o estilo da guitarrada tem se consolidado cada vez mais forte no mercado fonográfico brasileiro, uma banda formada por estudantes do curso de Licenciatura em Música da Universidade do Estado do Pará entrou com os dois pés no peito dessa cena independente local e mostrou que quem não tem preconceito, que tem a cabeça aberta e uma musicalidade plural, é quem se torna a bola da vez.
Misturando uma série de elementos como o rock, merengue, surf music, brega e, é claro, a guitarrada paraense, o grupo formado por Adriano Sousa (bateria), Marcio Goés (baixo), Diego Muralha (guitarra), Luiz Félix (guitarra e percussão), Rodolfo Santana (teclado) e Ytanaã Figueiredo (voz e percussão) surgiu no momento mais oportuno que uma banda com essas influências poderia aparecer. Exatamente no ponto em que o deslumbramento com os tiozões do Mestres da Guitarrada veio à tona, quando o Brasil passou a conhecer o trabalho de Aldo Sena, Curica e Mestre Vieira, que, amplificando suas guitarras em linha direta no som, sem o auxilio de pedais, amplificadores caríssimos e guitarras com timbres específicos, conseguiram colocar os ouvidos mais atentos perto da caixa de som e fazer o pezinho bater no ritmo irresistível para uma dança.
Movidos por esse espírito, os estudantes de música partiram para um projeto de pesquisa chamado Guitarrada – a música instrumental com sotaque paraense, que tinha como base justamente o trabalho do trio de senhores. Depois disso, foi só a tentativa de adicionar ao seu som as influências que trazem Dick Dale, The Clash, Pink Floyd, Buena Vista Social Club etc. Aí, depois de tudo isso você ainda pergunta: “é rock?”. Não exatamente. Mas e daí, você é xiita o bastante para não escutar?
Sua estréia foi nos palcos do Rec Beat, em Recife, onde a banda mostrou pela primeira vez, ao vivo, o seu som para cerca de cinco mil pessoas. Um começo nada usual para uma moçada que surgiu sem a menor pretensão de virar banda. Hoje em dia, o La Pupuña é hype em Belém, eles tocam quase todos os dias da semana em diversos bares da cidade. Tem sido assim desde que Belém descobriu essa fusão inteligente e experimental que coloca os pupuñeros rodeados de mulheres dançando num clima de sensualidade que faria Rick Martin morrer de inveja.
Além do Rec Beat, a banda também se apresentou no Porto Musical no Recife e carnaval 2006 de Olinda; na 4ª Bienal de Arte e Cultura da UNE, Projeto Eletroacústico do Auditório Ibirapuera, SESC Pompéia e Terruá Pará, em São Paulo; Feira da Música Independente (Foyer do Teatro Nacional), Senhor Festival (Sala Cássia Eller), Super Noites Senhor F (Gate’s Pub), Arena e Criolina (Bar do Calaf), em Brasília; Rio Scenarium no Rio de Janeiro; Festival Cultura de Verão, em Algodoal; Duas vezes na “Farra na Casa Alheia” (Buono Amici’s), no Teatro Dragão do Mar e no Aniversário do Kukukaya, em Fortaleza; 6º Primeiro Campeonato Mineiro de Surf (Lapa Multishow) em Belo Horizonte; Miss Modular em Salvador; 11º Goiânia Noise (Teatro Martim Cererê) em Goiânia; Festival Calango em Cuiabá e Festival “Se Rasgum no Rock” em Belém.
Um currículo invejável que parece de uma banda veterana. Que nada. O La Pupuña conseguiu essa façanha toda desde novembro de 2004. Em um ano de vida, o grupo já arrancou elogios de produtores como Carlos Eduardo Miranda, Kassin, Pena Smith, e de artistas como Los Hermanos, Wander Wildner, Otto e Mombojó, que também viraram fãs.
E imagina que esse é apenas o primeiro ano do La Pupuña. Em seus shows, o guitarrista Félix costuma dedicar uma canção à deusa do cinema pornô Asia Carrera. Ele diz que até já escreveu uma canção para ela e que mandará as partituras para que a atriz toque no piano. Com toda essa ajuda do destino aliada ao talento de cada integrante da banda, alguém duvida que eles possam ganhar uma fã desse porte? Pelo menos, na rota do contágio feminino eles já estão.

 

SAIBA MAIS!

 

Texto: Marcelo Damaso


Translate »