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Os Dinâmicos

Os Dinâmicos

Quase 40 anos depois, Mestre Vieira da guitarrada e os músicos que tocavam em seu conjunto entre o final dos anos 70 e início dos anos 90, estão de volta à ativa, com o show “Mestre Vieira e Os Dinâmicos”, já apresentado no Festival Se Rasgum 2011, em Belém, sendo considerado uma das melhores atrações do evento.

Mestre Vieira solando sua guitarra, Lauro Onório fazendo a base, Luís Poça nos teclados, Dejacir Magno no vocal, Idalgino Cabral, no baixo, o mais novo integrante do grupo, Jairo Gomes, na bateria, além de propor sempre um músico convidado para assumir a percussão.

No show, ressurge o repertório cantado do artista, que se une ao instrumental, consagrado com o grupo Mestres da Guitarrada, mas trazendo muita lambada, guitarrada, carimbó, cúmbia e outros estilos de influência caribenha e latina sempre presentes na obra de Mestre Vieira.

O reencontro entre os Dinâmicos e Mestre Vieira aconteceu durante as pesquisas para a realização do documentário sobre a trajetória do guitarreiro, realizado através do “Projeto Mestre Vieira 50 Anos de Guitarrada”, com patrocínio do Programa Conexão Vivo e Vivo, via Lei Semear do Governo do Estado do Pará. O lançamento do documentário será em outubro, junto ao DVD, que será gravado em junho deste ano, em Belém.

Baleia e guitarrada – A formação de Vieira e Seu Conjunto inicia após uma história que acabou ficando no imaginário da população de Barcarena. Era 04 de agosto de 1974 quando um fato inusitado sacode o cotidiano da pequena cidade de Barcarena, situada no nordeste do Pará, um fato que marcaria para sempre a cultura do município e daria o disparo a uma carreira ímpar na história da música brasileira.

A história de uma baleia que se perdeu de sua rota no mar e foi parar em águas doces, passando dias se debatendo nas águas do rio Murucupi, assuntando pescadores e moradores ribeirinhos, até chegar à frente do município e literalmente morrer na praia, deu início à carreira profissional de Mestre Vieira, da Guitarrada, criador do ritmo que ficou conhecido como Lambada.

O episódio não só virou lenda, com os ossos da pequena baleia até hoje mantidos na secretaria de cultura de Barcarena, como foi eternizado na letra e música que Mestre Vieira compôs retratando toda aquela situação.

A Lambada da Baleia foi criada imediatamente após aqueles dias que agitaram a vida dos moradores. “Fui ver a baleia na praia, tirei um pedaço pra mim, comi e fui fazer a música da baleia”, conta Mestre Vieira. A lambada carimbolada virou sucesso popular tocado nos quatro cantos da cidade e arredores, nas festas promovidas por Vieira. Em 1976, foi gravada no primeiro LP do grupo, o célebre “Lambada das Quebradas” Vol. 1, de 1978, ano de lançamento.

O disco vendeu fez sucesso e abriu as portas para a gravação do segundo volume, em 1980, que trouxe mais um sucesso o “Melô do Bode”. Está neste disco, também, “Pegando Corda”, um dos hits instrumentais do músico.

Estourado no nordeste, com suas músicas tocadas em todas as rádios do Ceará, o grupo não tinha ideia de quanto eram admirados. Foram quase duzentos shows realizados na capital e cidades do interior, seguindo ainda pelo estado de Pernambuco.

O grupo gravou ao todo, 13 LPs, passando por grandes gravadoras, mas acabou se desfazendo no início dos anos 90. Na época, o “desaparecimento” de Mestre Vieira das rádios, paralelamente ao sucesso estrondoso da lambada na mídia e no mercado fonográfico, com Beto Barbosa e grupo Kaoma, deu-se início a uma grande polêmica acerca de quem teria sido o criador do ritmo, afinal. A discussão está documentada na imprensa, que na maioria das vezes apontou para Mestre Vieria, como pai do estilo. Uma longa história que por sinal está no documentário.

 

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